Aprendendo a viver

(Foto: Blog lucianapenidopsi)

Estou a Ler o Livro Aprendendo a viver de Clarice Lispector, e como boa leitora mergulho em cada cronica ali escrita, como se fosse eu a protagonista. Todos nós, ao ler um livro, sempre encontramos um trecho ou outro que condiz exatamente com aquele momento em nossa vida. Então essa e as próximas postagens, provavelmente irão encontrar trechos de Clarice e isso pelo fato de que estão a me ensinar algo ou que simplesmente se encaixam perfeitamente em tal momento de minha vida.

 Lhes conto aqui que nunca fui de sorrir por coisas engraçadas, e sim sorrir por simplesmente reparar em detalhes que transformam a viva. 
 Como as tardes no parque, sentada a grama observando a felicidade momentânea das crianças a brincar, a migração das formigas pela terra, o barulho da garoa batendo na janela, o ventilador ligado, o cheiro da grama recém cortada, aquela concentração imensa ao tocar uma música no violão e tentar não errar, o tic-tac do relógio que logo antes de dormir só nele se presta atenção tentando fazer a respiração entrar em ritmo com o tempo que ali está sendo contado, até que devagarzinho vai se pegando no sono. 
 São esses segundos de calma que fazem meu coração emanar um sentimento feliz. E como contou Clarice: "Sinto como ficarei de coração escuro ao constatar que, mesmo me agregando tão pouco à alegria, eu era de tal modo sedenta que um quase nada já me tornava uma menina feliz."
 Tal sede talvez não exista mais, porém um quase tudo me arranca um tímido sorriso.